Antigamente, mais precisamente nos tempos do antigo Israel bíblico, quando uma pessoa encontrava-se acometida de hanseníase(?), popularmente conhecida como lepra, era obrigada por lei a afastar-se de todo tipo de convívio social. Ele deveria deixar o seu lar e o seu trabalho, afastando-se por completo de sua família e dos seus amigos. A partir do momento que a doença fosse detectada seus únicos companheiros poderiam ser somente os outros leprosos que igualmente eram marginalizados.
Como se não bastasse toda a dor causada pelo afastamento daqueles que ele mais amava, ainda era obrigado a se submeter a um humilhante costume exigido naquela época. Cada vez que um leproso visse uma pessoa normal se aproximando dele, deveria gritar para que todos pudessem ouvir:
- "Leproso! Leproso! Leproso!".
- "Leproso! Leproso! Leproso!".
Desta forma as pessoas seriam avisadas para desviarem seu caminho e não se aproximarem daqueles que eram vistos como miseráveis pecadores amaldiçoados por Deus.
Os anos se passaram e aqui nos encontramos já vivendo o século XXI. A humanidade evoluiu cientificamente e com isso o bacilo Mycobacterium leprae foi identificado transformando a lepra em apenas mais uma doença passível de ser tratada e curada. Somente acho lamentável que a mentalidade de muitos seres humanos não tenha evoluído na mesma proporção que a ciência avançou.
Lembro-me de uma época em que um irmão, quando disciplinado na congregação, era privado de participar da ceia, de ir ao culto de doutrina, e ainda deveria ser evitado por todos, pois era leproso! O coitado deveria sentar, se quisesse, no último banco da igreja, afinal era leproso.
Durante minha adolescência eu tinha grande dificuldade em entender como é que Deus usa uma pessoa cheia de maquiagem, parecendo uma prostituta? (pois fui obrigado a crer que quem usava tal coisa eram somente as prostitutas).
E os jovens que gostassem de uma música mais ritmada? Nossa! Não quero nem lembrar o que já escutei de muitos irmãos!
E hoje, quando vemos algum irmão errar, pecar? Como procedemos? Ajudamos? Oramos juntos? O abraçamos? Ou gritamos aos demais na congregação: Igreja, cuidado! Leproso! Leproso! Leproso!
O que mais me entristece nesta história é saber que estes "cristãos", que agem de forma discriminatória e desrespeitosa para com os demais (leprosos?), tiveram em seu Mestre máximo um exemplo bem diferente.
O que mais me entristece nesta história é saber que estes "cristãos", que agem de forma discriminatória e desrespeitosa para com os demais (leprosos?), tiveram em seu Mestre máximo um exemplo bem diferente.
Jesus não excluiu os leprosos de seu convívio, nem muito menos os considerou párias da sociedade.
Jesus os amou!
Davi Silva
Pastor e Professor
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