Por Davi Silva
Sou filho de pastor e hoje também sou
pastor.
Desde minha adolescência tenho acompanhado
o ministério pastoral de outros líderes. Isso me ajuda a crescer.
Nesse acompanhamento percebi como muito
lideres apresentam seu “sucesso” pastoral:
“Construí vários
templos”, “Na minha gestão coloquei ar condicionado, troquei poltronas”, “Fui o
pastor que mais construí” e etc.
Sei que um grupo social organizado precisa
de certas instituições e estrutura para logística e tal, sendo ele mesmo uma
instituição. Eu mesmo já realizei algumas benfeitorias em templos, cujas
igrejas pastoreei.
Mas, lendo os Evangelhos, veremos que Jesus
Cristo preferiu separar doze homens para o apostolado, estar com eles,
discipulá-los, treinando-os para o prosseguimento de Sua Obra. Esses homens
simples, e, em sua maioria, iletrados, foram treinados e enviados a pregar,
ensinar, expulsar demônios, curar enfermos, estabelecer a doutrina cristã.
Jesus investiu em equipes de pessoas, e em
pessoas em particular. Conversou com o suposto corrupto Zaquel, com o
intelectual Nicodemus, com a mulher samaritana, com a mulher siro-fenícia.
Preparou e enviou 70 missionários a pregar o Evangelho do Reino em Israel.
Operou milagres entre pessoas, não diante de auditórios suntuosos. Procurou as
sinagogas e o Templo, mas para ensinar, não para "se mostrar". Jesus
teve em torno de Si homens e mulheres que O auxiliavam até mesmo com seus bens,
mas não há absolutamente nenhuma passagem que indique uma campanha apelativa de
arrecadação de fundos para a aquisição ou construção de estruturas físicas. A
prioridade de Jesus são as pessoas.
Não é errado construir templos! Mas há que
se ter prioridades. Qual a nossa missão por ordem de prioridade? Construir
coisas ou fazer discípulos? Construir carreiras ministeriais ou apascentar
ovelhas? Seguir piamente o roteiro denominacional ou cumprir a Grande Comissão?
Lamento muito a pobreza alojada no
pensamento de encher templos com chamarizes fantásticos, enquanto o número de
pessoas serve apenas para denotar o “sucesso” da igreja e fazer uma boa
fotografia. Vale mais o que se está ensinando no púlpito, o teor da pregação, o
compromisso com a Palavra de Deus, a qualidade do culto ao SENHOR. Discipulado,
infelizmente, tem sido mais um departamento burocrático de muitas igrejas, em
que o pessoal recém-convertido vai aprender alguma coisa da Bíblia e da
denominação, para depois seguir a classes outras da escola bíblica, não raro
esperando o dia especial da ordenação ministerial, a partir do qual farão parte
do clero.
Não nos esqueçamos: Jesus investiu em
pessoas. A Salvação não se dirige a estruturas sociais, políticas, físicas ou
econômicas, mas à estrutura humana, espírito, alma, corpo, o Ser Humano total.
Jesus pretende estabelecer um diálogo aberto com a pessoa humana, sem a
intermediação das construções físicas ou institucionais de que tanto gostamos.
Já percebeu como Jesus descreveu a principal necessidade da Obra? Ele não disse (como dizem muitos líderes hodiernos) "Rogai ao Senhor da seara que envie RECURSOS para à sua seara para investirmos em COISAS", mas "que envie TRABALHADORES". Pessoas.
Oração e pessoas.
Se, nós pastores, investirmos em pessoas, o
dinheiro e tudo mais virá por acréscimo.
Por fim, construamos coisas, sem esquecer
do principal, as pessoas.
Davi Silva é casado com Tatiana e pai de Ana Cecilia; Serve como pastor no Estado do Rio de Janeiro; Membro da CGADB; Bacharel e Professor de Teologia, Palestrante, Conferencista, Comunicador de Rádio.
Contatos:
Instagram: @pastor_davisilvaoliveira
YouTube https://www.youtube.com/channel/UC16VuKttU_oV5pDKoMI1sGA
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